Com o objetivo de amenizar os problemas causados por alagamentos em áreas urbanas, um engenheiro mecânico de Poá (SP) desenvolveu um novo tipo de guia que, segundo ele, é capaz de absorver a água da chuva e devolvê-la ao lençol freático. A “guia ecológica” produzida pelo engenheiro Messias Costa de Oliveira Maia, de 48 anos já é utilizada, inclusive, pela Prefeitura de Ferraz de Vasconcelos e pela Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU). De acordo com ele, cada guia é capaz de devolver 28 litros de água por minuto ao solo.
“Eu sempre via a água da chuva correndo pelas sarjetas, por fora das guias, e ficava pensando em uma maneira de fazer com que essa água voltasse para o subsolo mais rápido. E isso ficava na minha cabeça. Foi quando comecei a desenvolver essa nova guia, há três anos”, explica Oliveira.
A guia é bem parecida com as convencionais, porém a criação do engenheiro possui aberturas que captam a água que escorre pela sarjeta. O material é oco, como se fosse uma caixa. Além disso, a água armazenada ali dentro pode ser transferida para as guias laterais, na medida em que forem enchendo. Na parte de baixo, orifícios liberam a água. “Não digo que ela [guia] irá acabar com todos os problemas de enchente, mas pode evitar muitos alagamentos. Eu a produzo em Poá, mas esbarro na questão da logística. Por isso, penso em criar franquias dessa produção. Eu já registrei a marca”, explica.
Em Ferraz de Vasconcelos, as guias foram colocadas na Avenida Dom Pedro II. Em nota, a prefeitura informou que o material foi usado em uma extensão de 200 metros.
A Prefeitura de Ferraz informou ainda que o material realmente impediu a formação de alagamentos nesse local. Apesar disso, a administração municipal adianta que não há planos de novas aquisições deste tipo de guia. O engenheiro inventor do material explica que o preço da sua guia é bem semelhante a convencional. “O metro da guia ecológica sai por R$ 32”, detalha. Em Ferraz, a Prefeitura disse que paga R$ 36,89 o metro da guia convencional. “Este preço é tabelado”, informou a nota da administração municipal.
O material também está sendo utilizado em caráter de teste pela Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU). Em nota, a empresa informou que “a CDHU está realizando avaliação técnica do componente, pois, como é um sistema inovador, ainda não há normalização. Em caráter experimental, a CDHU utilizou o componente em um pequeno trecho de acesso ao Parque Jequitibá, na zona Oeste da Capital”.
